Hoje, 20h20 mais ou menos, virei um pouco mais brasileira. Fui batizada.
Sofri meu primeiro assalto.
Foi-se uma das frases que eu mais adorava dizer.
Não me leve a mal, furtada já fui, afinal, não tenho poderes mágicos. O primeiro aconteceu aos 11 anos, na praia. Desde lá foram 6 no total. Esse da praia, carteira. Dois em Porto Alegre. Carteira um, celular outro. Dois em São Paulo. Carteira um, celular outro. E um no Rio. Óculos de grau.
Mas assalto não. Assalto era para os outros.
Até que hoje foi para mim.
Ok, eu trabalho no Centro e volto a pé pra casa a noite. Fiz isso em Março e Abril também. Ok, sou uma pessoa que se distrai com uma certa facilidade. Mas não andando em Centros das cidades.
Normalmente.
Além da intenção do assaltante, que obviamente foi o fator decisivo para o ato (não sou dessas que se culpa pelo ato alheio), aconteceu de eu cair no velho conto da falsa segurança.
Muito tempo fazendo levemente o mesmo caminho, mudando só o suficiente pra não se sentir notada, hoje fiz tudo que não faria.
Parei no Mega Matte, peguei um mate e uns pães de queijo, o que já fez eu andar num passo mais lento. Andando, minha mente foi parar na morte da bezerra. Definitivamente eu não estava prestando atenção no que estava ao meu redor. E isso fez eu passar num ponto que jamais passaria. Atrás de uma banca de jornal fechada com a luz de fora queimada.
No que pisei na sombra da banca, fui realmente pega de assalto com uma mão no meu pescoço.
Penso em voz alta "O que é isso?"
No segundo que olho para o larápio, ele arranca minha correntinha e corre.
Nisso, dois homens que estavam um pouco atrás percebem o que havia acontecido, saem correndo atrás dele e eu calmamente dou alguns passos para trás para ver o desfecho.
E é aí que acontece algo que me intrigou, pra dizer o mínimo. O motorista do 474 abre a porta, fora do ponto, para entrar o ladrão e fecha para que ele não fosse pego pelos cavalheiros indignados.
Talvez por ter acabado a TPM. Talvez por eu ter dado muita risada na noite anterior. E com certeza porque tenho tentado estar mais em contato com minha Mãe Oxum, que me deixa uma pessoa mais calma. Eu assistindo aquela cena não tive raiva, não tive medo, só tive vontade de gritar e gritei:
"ISSO NÃO VALE NADA, O BURROOOO!!"
(o que não é exatamente verdade, mas sabendo que eles costumam roubar cordões de ouro por ali, e o cordão definitivamente não tinha uma grama de ouro, a vontade de trollar foi inevitável)
Os cavalheiros perguntam se estou bem, reclamam do motorista, do ladrão e etc enquanto seguimos um pouco o caminho. O ônibus anda tão devagar quanto um ser humano e no que passamos novamente a dita banca ele ainda está perto. Grito novamente:
"TROOOOXAAAAAAAA!!"
Eles riem um pouco. Sigo meu caminho. Pensando em por álcool no pescoço. Agradecendo por ter sido pouco e rápido. Impressionada pelo quanto aquilo não me afetou. E lembrando que o 474 é conhecido por ter arrastões na linha. O que me faz "desconfiar" que os motoristas fazem parte da gangue.
E sim. Nunca mais poderei dizer: "Eu nunca fui assaltada."
Sofri meu primeiro assalto.
Foi-se uma das frases que eu mais adorava dizer.
Não me leve a mal, furtada já fui, afinal, não tenho poderes mágicos. O primeiro aconteceu aos 11 anos, na praia. Desde lá foram 6 no total. Esse da praia, carteira. Dois em Porto Alegre. Carteira um, celular outro. Dois em São Paulo. Carteira um, celular outro. E um no Rio. Óculos de grau.
Mas assalto não. Assalto era para os outros.
Até que hoje foi para mim.
Ok, eu trabalho no Centro e volto a pé pra casa a noite. Fiz isso em Março e Abril também. Ok, sou uma pessoa que se distrai com uma certa facilidade. Mas não andando em Centros das cidades.
Normalmente.
Além da intenção do assaltante, que obviamente foi o fator decisivo para o ato (não sou dessas que se culpa pelo ato alheio), aconteceu de eu cair no velho conto da falsa segurança.
Muito tempo fazendo levemente o mesmo caminho, mudando só o suficiente pra não se sentir notada, hoje fiz tudo que não faria.
Parei no Mega Matte, peguei um mate e uns pães de queijo, o que já fez eu andar num passo mais lento. Andando, minha mente foi parar na morte da bezerra. Definitivamente eu não estava prestando atenção no que estava ao meu redor. E isso fez eu passar num ponto que jamais passaria. Atrás de uma banca de jornal fechada com a luz de fora queimada.
No que pisei na sombra da banca, fui realmente pega de assalto com uma mão no meu pescoço.
Penso em voz alta "O que é isso?"
No segundo que olho para o larápio, ele arranca minha correntinha e corre.
Nisso, dois homens que estavam um pouco atrás percebem o que havia acontecido, saem correndo atrás dele e eu calmamente dou alguns passos para trás para ver o desfecho.
E é aí que acontece algo que me intrigou, pra dizer o mínimo. O motorista do 474 abre a porta, fora do ponto, para entrar o ladrão e fecha para que ele não fosse pego pelos cavalheiros indignados.
Talvez por ter acabado a TPM. Talvez por eu ter dado muita risada na noite anterior. E com certeza porque tenho tentado estar mais em contato com minha Mãe Oxum, que me deixa uma pessoa mais calma. Eu assistindo aquela cena não tive raiva, não tive medo, só tive vontade de gritar e gritei:
"ISSO NÃO VALE NADA, O BURROOOO!!"
(o que não é exatamente verdade, mas sabendo que eles costumam roubar cordões de ouro por ali, e o cordão definitivamente não tinha uma grama de ouro, a vontade de trollar foi inevitável)
Os cavalheiros perguntam se estou bem, reclamam do motorista, do ladrão e etc enquanto seguimos um pouco o caminho. O ônibus anda tão devagar quanto um ser humano e no que passamos novamente a dita banca ele ainda está perto. Grito novamente:
"TROOOOXAAAAAAAA!!"
Eles riem um pouco. Sigo meu caminho. Pensando em por álcool no pescoço. Agradecendo por ter sido pouco e rápido. Impressionada pelo quanto aquilo não me afetou. E lembrando que o 474 é conhecido por ter arrastões na linha. O que me faz "desconfiar" que os motoristas fazem parte da gangue.
E sim. Nunca mais poderei dizer: "Eu nunca fui assaltada."
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