quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Cale-se

Será minha primeira empreitada no universo do canto. De cara limpa, quero dizer. Há pouco tempo atrás eu nunca poderia participar de algo assim. Tudo que não tivesse personagem me fazia tremer, travar, ficar zonza etc... O que mudou? Não tenho certeza. Um fator foi ter feito experimentos com clown, que te expõe muito mais do que tu queres ser exposta. Outro foi ter tirado meu sobrenome do meu nome artístico... Sim, esse é meu primeiro trabalho sob o nome Cláudia Barbot. Pode ser loucura, mas pensar nesse alterego me acalma um pouco. Claro que não é só isso, claro também que vou ficar nervosa, isso é certo. Mas acho que não caio dura. eheheh
Nesse show contaremos um pouco da história das músicas censuradas que cantaremos. Douglas, que é o criador e produtor do projeto, quis atores para realizá-lo exatamente para valorizar também o texto junto com a música. Lilian é atriz e é cantora. Eu e o Douglas não nos consideramos cantores. Atores cantantes é como nos denominamos. Vamos ver o que essa mistura vai dar! Merda pra nós (se diz merda pra show de música?)!

(foto por Bruno Gomes)
CALE-SE
As músicas censuradas pela ditadura militar

Com Douglas Carvalho, Cláudia Barbot e Lilian Roisenberg
DIA 16 DE DEZEMBRO, AS 20H - SENHAS 19H
TEATRO DE ARENA
ENTRADA FRANCA!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Anja

Setembro todo se foi. Foi dedicado ao 17o Porto Alegre Em Cena, onde trabalhei de Anjo. Adoro essa denominação de cargo. Anjos, anjos, da terceira e última hierarquia angelical, são os que levam as mensagens de Deus aos seres humanos. E como a base da pirâmide que éramos, era o que fazíamos.
Nesse meu primeiro ano no festival dei sorte. Ao enviar minhas menssagens e guiá-los aos seus destinos, os grupos se sentiam cuidados, guardados. E agradeciam, uns mais, outros menos, mas quase sempre mais do que eu achava merecer.
Foi uma experiência engrandecedora como pessoa e como artista. Me senti priveligiada em observar de perto o processo de trabalho dos três grupos que guardei. Priveligiada por conhecer pessoas tão diferentes entre elas e de mim, e dentro dessa diferença, especiais.
Hoje faz dez dias que o festival acabou. Sinto falta da correria. Sinto falta dos colegas anjos, das chefas arcanjas e todas hierarquias. Sempre respeitei e admirei o em cena, e criei um espaço novo no meu coração pra essa gincana boa.
Agora é voltar a paixão inicial. Palco, tela, atuar e atuar. E nos entremeios quem sabe visitar alguns dos queridos amigos que fiz brincando de anja.

sábado, 28 de agosto de 2010

Bela Libélula

A bela libélula voa. A luz sempre a atrai. Mostra a sua alegria e habilidade ao longe. Delicada, mas com um som que mostra imponência. A luz sempre a atrai. Brinca, pára, vai e volta. Encanta. Sem alarme. A luz sempre a atrai.
Não é colorida. Não é quadro. Não enfeita. Sua beleza é simples ao olho nú.
Mas quem é preparado vê. Mesmo com toda rapidez. Mesmo contra essa luz que tanto a atrai. Quem é preparado vê a estética além da forma. Vê os detalhes. Cada detalhe esplêndido das asas. E se surpreende.
A bela libélula não é bela. É sublime. É corpo e alma.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Tendo passado a maior parte da vida me achando feia, ou, nos melhores dias, blá, é extremamente lisonjeiro quando alguém realmente bonito me elogia fisicamente.
Mas quando a pessoa é LINDA e vejo no brilho dos seus olhos a sinceridade do quanto ela está overwhelmed com a minha suposta beleza daquele momento, é algo tão especial que quase me vejo pelos olhos dela. Sim. Faz bem pro ego.

sábado, 14 de agosto de 2010

Não. Sim. Talvez.

E se eu disser que sim é sim. E não é não. Meu "talvez" geralmente é: "quem sabe?" Na verdade o "quem sabe" é que é "talvez". Ou "vou tentar".
"Vou tentar" ás vezes é "não". Mas o "Não"... Esse é "não". Às criaturas horrendas que mal-usam o "não" como "talvez" ou às vezes como um "insista":
- Apodreçam com seus jogos pútridos!

Usar o "Não" não é fácil. Respeite o esforço do ser humano.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Palhaçada!

Fiz esse semestre, no DAD/UFRGS, a cadeira de Laboratório Experimental de Teatro acerca do trabalho do Clown. Uma das questões da avaliação perguntava se a prática e a experimentação do estilo clownesco poderiam servir para meu trabalho como atriz. Aqui compartilho o que essa experiência me passou.

Sempre acreditei, e agora tenho certeza, que trabalhar o estilo clownesco agrega muito ao trabalho do ator. Começa pela experimentação corporal que numa escala menor pode servir de composição para os mais diversos personagens, sejam eles cômicos ou dramáticos.

Além do trabalho de corpo, a presença completa em cena que o clown exige, para que se possa lidar com o inusitado é algo que sempre procurei e procuro como atriz. Teoricamente simples, estar 100% presente em cena, mas não tão simples de ser executado. Senti diferença em cenas que fiz para câmera, dentro do mesmo personagem antes e depois de começar as experimentações clownescas. Tanto na questão da presença quanto na percepção de ritmo da cena. Esse é outro ponto no trabalho do clown que vejo poder ser usada em qualquer outro tipo de trabalho de atuação. Tentar ver as mudanças de ritmo que cada cena pede, ou como torná-la mais interessante ao mudar esses ritmos é um trabalho incessante e que esteve totalmente presente na nossa experimentação.

Outro ponto é a conexão, a troca, o jogo. Seja entre os atores, seja com o público. O jogo entre os atores é algo claro que é de grande importância no trabalho do ator, porém na grande maioria dos trabalhos não usamos o público como aliados tão abertamente como no clown, mas, no meu entender, essa conexão não pode se perder completamente. Senti dificuldades nesse quesito durante as aulas, era um ponto que eu só percebi ser uma das minhas falhas como atriz durante a cadeira. Muitas vezes fiquei no meu próprio mundo, na minha própria bolha, como diria a professora. Infelizmente, quando a bolha começou a romper, acabou a cadeira.
Esses pontos citados acima, para mim, se mesclam com o desprendimento, desprendimento do ego, das regras, da realidade. A tal espontaneidade. Não consegui alcançar esse desprendimento completo nos trabalhos realizados. E esse é o maior motivo de eu querer continuar experimentando acerca do clown. Para mim, a principal diferença entre um grande ator e um ator apenas competente, é esse desprendimento do ego. Deixa-se um espaço bem maior para os personagens, suas verdadeiras intenções e sentimentos, o que ajuda a essa mescla ator/personagem a estar muito mais presente em cena e a cena muito mais real e interessante.

Os que conseguem esse feito são os atores quase irreconhecíveis de um papel para o outro quase sem auxílio de maquiagem. É minha busca e acho o trabalho clownesco uma das ferramentas para atingir esse objetivo.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Quero ser livre

Antes achava que ser sentimental, não ter domínio do que se sente, era fraqueza. E uma fraqueza que eu não poderia me permitir. Hoje os sentimentos são o core da minha força E da minha fraqueza. Mal consigo classificá-los e tá tudo bem.

" Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor seu eu verdadeiro.
Amar é arriscar-se a não ser amado.
Expor suas idéias e sonhos ao público é arriscar-se a perder.
Viver é arriscar-se a morrer...
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.

Mas... é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...

Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver...
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas;
Abrem mão de sua liberdade.
Só a pessoa que se arrisca é livre...

'Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não se arriscar é perder a vida...' " - Soren Kiekegaard

Que eu consiga ficar a cada dia mais livre!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

quarta-feira, 2 de junho de 2010

De volta.

Voltei pra Porto faz uns 15 dias, mas faz apenas uns 2 que me sinto aqui de verdade. Adorei a jornada do curta, agora é torcer pra tudo dar certo na finalização.

sábado, 8 de maio de 2010

2 dias pra viagem.

Rio Pardo aí vamos nós. Friozinho na barriga.

domingo, 25 de abril de 2010

Caminho Cinematográfico

Estou, desde março no processo de criação de personagem para o curta-metragem "Mar do Poeta". Está sendo ótimo trabalhar com um diretor que se preocupa em realmente ensaiar seus atores, em expôr sua visão para o filme, para cada personagem. Em transformar seu elenco numa família.
Alan Mendonça é esse tipo de diretor. Um diretor presente que, apesar de eu não conhecer seu trabalho prévio, peguei muita confiança. São 12 ensaios para 4, 5 diárias de gravação.

Comecei nervorsa esse processo, já que cada ator não sabia ainda seu personagem. Tive a sorte de saber a minha perto do início do processo, porém não conseguia me encontrar com ela. Quando pensei que estava achando o caminho, o Alan me quebrou as pernas e me mostrou outro. Agora a gente se conhece melhor e faltando dois ensaios sinto ela encaminhada, mas acho que só estará realmente viva na gravação, que esta prevista pro meio de Maio. Serão em Rio Pardo e Cidreira. Já sinto aquela ansiedade gostosa...

Caminho musical


Essa sexta estive no palco com o espetáculo musical "Quanto Vale ou é por Quilo?" e a correria tava tanta que nem consegui postar aqui antes. Apesar de todos percalços e estresses desnecessários que o processo tanto deste, quanto "The saga of Jenny" teve, estou me sentindo um pouco mais confortável nesse mundo musical.
Sempre gostei de assistí-los e sempre quis fazer parte de um. Mesmo antes de descobrir a atriz em mim.


O mais interessante de "Quanto vale ou é por Quilo?" é que, ao contrário dos musicais que sempre amei, ele de leve não tem nada. Pelo contrário. É denso e confrontador. O que realmente me incomodava. Demorei pra aceitar o espetáculo. Mas quando o fiz, percebi que este seria realmente meu primeiro verdadeiro musical. "The saga of Jenny" não tinha realmente uma história, eu a sentia mais como uma performance musico-teatral do que uma peça de teatro musical. Então me emocionei. Mesmo com muito menos ensaios do que eu gostaria, debutei e tudo saiu bem melhor do que eu esperava. Tanto no palco quanto no público do Renascença (1a vez lá tb) cheio aplaudindo de pé efusivamente ao fim do espetáculo.
Ainda juntou com o fato de pela primeira vez eu poder me "medonhar" para o palco. O futuro da peça é incerto, mas independente dele, foi enriquecedora a experiência.
Em breve, fotos.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Nosso aniversário

Provavelmente tenho um imã que atrai pessoas que nasceram no mesmo dia que eu. Duvido que alguém conheça mais pessoas que dividem o aniversário consigo. Cada vez que um grande abençoado do dia 14 de abril sai da minha vida, outro entra.

Atualmente são 6 pessoas só no meu orkut. Historicamente lembro mais 4, mas sei que conheço mais. Te dou uma dica, se achas que alguém nasceu entre março e maio, chuta 14 de abril que a probabilidade de acertar é enorme. Aliás, dizem que Jesus nasceu entre esses meses. Pela luz que o dia emite eu chuto 14 de abril (yeah i said it!).

E ao contrário do que algumas pessoas sentiriam, adoooro ter irmãos de data ao redor!!! Spot Light para mim só no palco e dividir as atenções é ótimo! Fora que as poucas vezes que resolvi fazer algo em comemoração, pude decidir em cima da hora, porque os amigos eram em comum, e eu só apareci. Fora que adoro meu signo, adoro o dia que nasci (será?) mas nunca fui fã de comemorar a passagem do tempo. Estou aprendendo a não só analizar o ano que passou, mas a apreciá-lo e realmente celebrar.

Esse é um ano especial porque não só dividirei o dia com um amigo, dividirei o palco com outro abençoado do dia 14 no próprio. Não vejo melhor comemoração!!




quarta-feira, 7 de abril de 2010

ESTRÉIA HOJE!! PÃO COM LINGUIÇA!



Elenco:
Alvides Puerari, Anelise Karnas, Carla Gasperin, Claudia Lewis, Cláudia Rocha, Edgar Rosa, Fáber Morrudo, Fernanda Martins, Gabriela Sbabo, Juçara Gaspar, Luísa Herter, Luiz Heitor Chanan, Mafalda Guerreiro da Costa, Ohana Homem, Paulo Arraché, Roberto Von Baranow, Rosângela Fumagalli, Silvana Ferreira, Tati Garrido.

sábado, 13 de março de 2010

Porque o Blog é meu e aqui posso ser toscamente feliz!

Sempre tive problemas pra declarar profissão, principalmente por me sentir muito mais uma estudante da área que uma profissional. Apesar de o sentimento ser o mesmo em realção a arte, agora não me sinto mentindo tanto ao preencher uma cadastro! uahuahuahuahhua Tô contenta!!! E como diz Pati Sosso, agora não dá mais pra fazer porcaria huauhauhahuhauhuauha

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Momento criança nerd!

Para quem é fã, ou simplesmente gosta de Harry Potter e musicais, esse é pra você! ehehhe
A Very Potter Musical é um musical hilaríssimo criado em 2009 por talentosíssimos estudantes recém graduados da University of Michigan e Potter Fanatics. Ao não se um preocupar nada com fidelidade, sendo explícitamente uma paródia, é um verdadeiro referesco. Abaixo coloquei a versão com legendas em inglês pra facilitar um pouco.


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Pessoas inesquecíveis!!!!



Homenagem que o lindo do Donato fez pra superamizade que se criou entre seis pessoas, seis Guerreiors, seis ótimos em 2009. ADOOOOOOROOOOOOO!!!!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Youkali - a terra dos sonhos

Essa é a letra da versão francesa (e única que conheço) do tango que permeia o início de The Saga of Jenny, fala dessa terra imaginária onde todos os sonhos se tornam verdade.

Youkali
(Kurt Weil)

C'est presqu'au bout du monde,
Perto do fim do mundo,
Ma barque vagabonde,
Meu barco vagabundo,

Errant au gré du l'onde,
Vagando com as ondas,

M'y conduisit un jour.
Me conduziu um dia

L'île est toute petite,
A ilha é pequenina,

Mais la fée qui l'habite,
Mas a fada que lá habita,

Gentiment nous invite
Gentilmente convida

A en faire le tour.
A fazer um passeio.


Youkali,
C'est le pays de nos désirs,
É o país de nossos desejos,

Youkali,
C'est le bonheur, C'est le plaisir.
É a felicidade,
é o prazer.
Youkali,
C'est la terre où l'on quitte tous les soucis,
É a terra onde acabam as preocupações.

C'est dans notre nuit,
É na nossa noite,

Comme une éclaircie,
Como uma clareira,

L'étoile qu'on suit,
A estrela que seguimos,

C'est Youkali!
É Youkali!


Youkali,
C'est le respect de tous les voeux échangés,
É o respeito de todos votos trocados.

Youkali,
C'est le pays des beaux amours partagés,
É o país de belos amores compartilhados

C'est l'espérance
É a esperança

Qui est au coeur de tous les humains,
Que está no coração de todos
humanos
La délivrance
A libertação

Que nous attendons tous pour demain,
Que estamos todos
esperando para amanhã,

Youkali,
C'est le pays de nos désirs,
É o país de nossos desejos,

Youkali,
C'est le bonheur, C'est le plaisir.
É a felicidade,
é o prazer.

Mais c'est un rêve, une folie,
Mas é um sonho. uma loucura

Il n'y a pas de Youkali!
Não existe Youkali!
Mais c'est un rêve, une folie,
Mas é um sonho. uma loucura

Il n'y a pas de Youkali!
Não existe Youkali!


Et la vie nous entrâine,
E a vida nos leva,

Lassante, quotidiene,
Tediosa, cotidiana

Mais la pauvre âme humaine,
Mas a pobre alma humana,

Cherchant partout l'oubli,
Procura esquecer,

A pour quitter la terre,
A deixar a terra,

Su trouver le mystère
Descobre o mistério

Où nos rêves se terrent
Que nossos sonhos se escondem

En quelque Youkali...
Em qualquer Youkali...


Youkali,
C'est le pays de nos désirs,
É o país de nossos desejos,

Youkali,
C'est le bonheur, C'est le plaisir.
É a felicidade,
é o prazer.

Mais c'est un rêve, une folie,
Mas é um sonho. uma loucura

Il n'y a pas de Youkali!
Não existe Youkali!
Mais c'est un rêve, une folie,
Mas é um sonho. uma loucura

Il n'y a pas de Youkali!
Não existe Youkali!


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Para quem quiser me ver cantando

The saga of jenny no Porto Verão! Essa semana!


Cia de Arte - 26, 27 e 28 de janeiro às 21h. Informações para compra de ingresso no site do Porto Verão.
Canções como Alabama Song, Surabaya Jonny, Mack The Knife, entre outras, serão cantadas para contar a Saga de Jenny, uma garota que sai de casa para buscar sua fortuna nas grandes cidades e encontra pelo caminho fugitivos encurralados no deserto, que decidem fundar ali uma cidade. Jenny é iludida pela promessa de uma vida melhor, seu destino é a prostituição e o trabalho escravo, tornando-se sua prisioneira. Para suportar sua nova realidade, Jenny cria a fantasia de ser amante de um Pirata e que um dia ele virá busca-lá .

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Cinco centímetros separam teu rosto do meu.
Teus olhos nos meus olhos,
meus olhos nos teus.
Sinto tua respiração.
Quente.
Em mim.
Mas não ouço o que falas,
apenas percebo o movimento dos teus lábios
que me chamam sem usar palavras.
Cinco centímetros.
Tão perto e distante.
Terrivelmente distante.
Sou puxada para tua direção.
Não reluto.
Sigo essa força que me aquece
mais e mais, segundo a segundo,
milímetro a milímetro.
O tempo fica devagar.
Me permitindo ver, com todos os detalhes,
cada mínimo movimento teu.
Nessa velocidade sigo e segues.
Vens e vou.
Até pararmos.
E nenhum milímetro separar meu rosto do teu.
A visão do nada.
O pensamento voa.
A visão de tudo
enquanto enxerga nada.
Um ano em um segundo.
Uma cena em uma hora.
Sai do mundo.
Descobre a ti.
Volta a ele com decisões tomadas.

Achô!!!

Minha pasta estava lá, na cia, esperando por mim. Os últimos remanescentes voltaram pra minha mão. Junto deles havia uns textos da facultade, e uns desenhos que me fizeram ver o quão emo eu era. Ou drama queen. Editarei o que pensei saber de cor e postarei os outros dois. São bobos mas são meus :)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

E o lirismo volta

Sou alguém que deixa os livros que está lendo influenciarem seu vocábulário. Ao ensaiar para "Toda Forma de Amor" Obviamente li todo "Romeu e Julieta". Esse lirismo, ter achado meus poemas e mais uma madrugada qualquer me inspiraram para fazer dois poeminhas dedicados a dois grandes amigos. Nem sei se se chama poema mesmo quando não tem rima, ou é poesia, nao importa também. Mandei como depoimento pro orkut deles faz tempo já, mas agora q voltei resolvi postar aqui.

Amiga que me ilumina
e pras minhas variações climáticas não liga.
Quando se mostrou mais,
se revelou lua completa:
iluminada e sombria,
mas nunca vazia.
Bela apaixonada apaixonante,
na onda encantada da noite,
eu sou Terra, tu és lua.
(esse foi pra Ohana Homem)


No meu pequeno jardim de amigos encantados,
ele chegou como um raio. Veloz, elétrico, iluminado.
Seu prelúdio não era trovão,
era auspício de pássaro brincalhão.
Mas esse novo elemento era só raio? Não!
Era sol no peito e estrelas na visão.
E mesmo sendo luz, enraizou no meu jaridim, sem trabalho.
Não como outra flor, como muda de carvalho.

(esse foi para Marcello D'Azevedo)

Esse é o lado bom de não se cobrar perfeição em algo q não é a Tua arte. Hoje fico feliz só por ter escrito de novo.


Surpresa gostosa




A melhor surpresa que tive no ano que passou foi o espetáculo "Toda Forma de Amor".

Meu primeiro drama. Adorei, apesar do cagaço que tomei ao receber meu papel.
Eu só via chegar aquelas cenas forte, com muita lágrima, dor, briga e etc... Sentia na garganta a vontade de algo punk e esperava ansiosamente a minha.
Quando ela chegou, ela era a cena doce. E não só isso, eram atores interpretando Romeu e Julieta. Gelei. No lo creo. E me consentrei pra abstrair aquele sentimento. Errei pela segunda vez em criar expectativas antes de receber o texto.
No que eu consegui abstrair esse sentimento veio o pânico. Eu? Juju? No way. Inconsebível. Imagina... Me senti completamente ofendendo Shakespeare e com uma voz me dizendo (vai virar coleginho essa cena).
Mesmo assim me joguei ao trabalho, e trabalho e trabalho e tentando fingir que merecia dizer aquelas palavras. Em um determinado ensaio, ao invés de passarmos normalmente o texto antes de ensaiarmos valendo, fizemos o texto debochando totalmente dele. O ensaio melhorou incrivelmente, relaxei. Depois, existiu até um dos dias de apresentação que realmente saí feliz de cena, o que pra uma neurótica perfeccionista como eu é muito!!!!
Agradeço ao Marcello Adams que me fez esse desafio e viu algo em mim q eu mesma não vi. E claro, a minha diretora Margarida Leoni Peixoto e ao Júlio/Romeu, Donato Oliveira.

A perda dos últimos poemas

Eu tinha mania de escrever poemas, odiá-los e jogar fora. Coisas de adolescente.
Havia guardado apenas três que havia esquecido da existência.
Achei eles revirando para achar outra coisa é óbio e levei comigo pra relembrar e reler antes da minha peça.
Resultado, a pasta ficou na Cia de arte e se perderam. Fiquei trite, pq dessa vez não queria jogar fora. Nâo tenho mais aquela pretenção de que eles sejam realmente bons.
O único que lembro de cor é o mais "poemas no ônibus", o nome é "Através dos tempos"

Através dos tempos
são vistas pessoas
E pessoas são tensas
Tensão é comida
Pessoas obesas
Pessoas tristes
Através dos tempos

Quem é vivo um dia aparece

é. voltei. ou quase.